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PESAR, ANO 1, N. 11, NOV. 2024

Estamos no décimo primeiro mês do ano. Já é novembro, que tem o dígito 11, que na numerologia é considerado um número mestre. A palavra novembro tem origem na palavra latina novem que significa nove. O nome deste mês tem essa referência, pois no antigo calendário romano, ele ocupava a nona posição. No número passado, comentamos um pouco sobre a frase “uma mente mente guiada pelos desejos e pelas emoções é uma prisão", e neste, vamos continuar refletindo sobre este tema. Quando não conhecemos o nosso corpo mental concreto, ou seja, a nossa mente que é caracterizada pelos pensamentos e pelos desejos, tendemos a ser manipulados por eles, e nem nos damos conta disso! Neste sentido, vamos vivendo para satisfazer os desejos, que manipulam o pensamentos e mobilizam emoções, sentimentos e energia, para transformar uma determinada forma mental em realidade. Para exemplificar o que acabamos de afirmar, um fato muito corriqueiro está ligado aos modismos e aos comportamentos de massa. E, como...

TEMPO BOM

Mil novecentos e doce ventura  na madrugada cantava o carijó Por detrás da mata escura  o sol já vinha subindo vinha só Café cheiroso de coador com leite quente manteiga e pão  Cafezal meu amoreiro em flor Frango na panela arroz com feijão Sábado do caniço e samburá de alegre pescaria no Ribeirão Domingo embaixo do pé de ingá almoço que aquecia o coração    De manhãzinha tinha a sinfonia da passarada alegria do meu sertão  Tempo do qual só ficou saudade  Hoje me resta somente a solidão  Tempo bom foi aquele  que não, não, não volta mais Tudo já passou, já ficou pra trás  mas no meu coração, ainda vive Mas no meu coração, ainda vive No meu coração, ainda vive Ele vive!

ROSAS PARA A ROSA

Preste muita atenção  Nos versos desta prosa Que parece mas não é não  Que tem rima primorosa Que enche olhos e coração  Que fica em botão de rosa Rosa era menina formosa  Que chamava atenção  Por onde passava a Rosa Sempre um triste coração  Suspirava sorte tenebrosa Destinada à pura solidão  Rosa era menina pura  E casar com nosso Senhor De joelhos em lágrimas e jura Entregar-se ao real amor Rosa menina, sua ventura  Não sabia que lhe traria dor Sofrendo sua recusa, um Tião Jurar da Rosa menina se vingar E não suportando a solidão  E a dor daquele triste amar Com fúria, foi o  maldito Tião  A Rosa menina espreitar Sobre a prometida de Deus Tião o mal com furor, fez cair E a pobre Rosa, os temores seus Infeliz e sem ter pra onde ir No fundo abismo de São Mateus  Para sempre se pôs a dormir Dizem que quem por lá passar Um perfume de rosa há de sentir E uma serena voz a sussurrar Aqui jaz minha noiva a dormir E aquele que a...

VIDA DE ROÇA

Vida simples e humilde É vida de roça, é vida feliz Vida que só ficou saudade E no peito deixou cicatriz Cheiro fresco do café Pão quentinho no fogão Laranja colhida no pé Jantar à luz do lampião Casa simples, chão batido Na estrada, o poeirão Na noite, é grande o alarido Da bicharada do sertão Frango na panela Quiabo refogado Carne com maxixe Peixe ensopado Só ficou saudade E no peito cicatriz Só ficou saudade De uma vida feliz Um poema de Cao Benassi  Direitos autorais reservados 

PARA QUE SERVEM OS RETRATOS?

Eu desço desta minha solidão  Tendo olhos vazios, que nada veem Meus devaneios leves, a me torturar São velhos girassóis, do meu coração  São retratos inúteis,  Tempo que não está lá Coração, corpo, inférteis  Tempo que não está lá Olhar macio num escudo de cristal Mente livre, passarinho quer voar Não há desejos, não há interesses  E a alma está pendurada, num pedestal Falsas formas de tempo  Que nunca... lá, estará Sádica forma de reter o tempo Que nunca... lá, estará  Tempo que não estará... Tempo que não está lá! São retratos inúteis... São retratos inúteis! Um poema de Cao Benassi  Direitos autorais reservados 

OLHOS VAZIOS

Acordei! O quadril esquerdo doía um pouco. Como sempre, me virei para o lado e, em seguida, me sentei na cama: estava exausto. Não queria, mas olhei o espelho à minha frente... cafunguei duro!  - Olhos vazios de novo! Sabia que teria, pela frente, um dia extenuante... o expediente e os seus despachos, tarefa que comecei cedo, ainda em casa, as orientações... enfim, tudo mais desta louca rotina! Recebi um convite para sair, mas declinei e ainda argumentei: - O dia será muito cansativo! - Mas Cao, hoje é feriado! Olhei descrente o celular: era 15 de novembro! Uma questão não me saía da cabeça:  - Para que servem os retratos? 

REFLEXÃO DO DIA: CORAGEM É MANTER O VALOR

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Você sabe o que é um ato de coragem? Com certeza, sabe! Quem de nós já não presenciou pelo menos um ato de coragem, não é mesmo! Diante de uma situação em que uma pessoa está em perigo, por exemplo, há sempre uma outra disposta a colocar a sua própria vida em risco para auxiliá-la! Mas o ato de maior coragem, é aquele em que todas as situações da vida nos quer roubar os nossos valores e nós nos mantemos firmes e não abrimos mão deles. Platão disse que coragem é manter o valor, apesar das vicissitudes. Sabidinho essa Platão, não é amiguinho?! Muito obrigado pela sua atenção que para mim é sinal de prestígio. Me conte nos comentários, qual ato de coragem você já presenciou!

PARA QUE SERVEM OS RETRATOS?

 - Faz mais de quarenta anos! Sim, faz mais de quarenta anos que eu vão, eu espero por você! Abaixo a cabeça… pego, na mesinha que está do lado da cadeira sobre a qual estou sentado, uma pequena caixa de fósforo, apanho a carteira de cigarro… retiro um: passo sob o nariz… um pensamento personificado me passa pela inquieta mente: “quanto tempo você não faz isso Cao"! Acendo e dou o primeiro trago: - É isso mesmo, Deus! Você está atrasado uns 40 anos ou mais… Mesmo sabendo que você não está nem aí para o meu penar, quero te contar que no turbilhão de pensamentos que giram em minha inquieta mente, um… um único tem me atormentado sobremaneira. - Para que servem os retratos? Ah! Maldito pensamento! Ele não se vai… mesmo que eu o acolha, mesmo que eu o deixe ir… ele dá meia volta e volta… a mente: metida mente! Escolher: não é uma opção, está além de mim, além das minhas forças! Eu até luto contra, me policio, sabe… mas de repente… vapti: estou eu lá pensando de novo, falando de novo…...

PASSAGEM

  Acordei no chão. Estava sujo, rasgado (roupa e carne) e desnorteado. A chuva caía fortemente sobre meu corpo, que doía muito! Estava tudo escuro à minha volta, e para meu desespero, não havia ninguém à minha volta. A forte chuva já tinha me lavado o rosto, quando finalmente eu consegui me levantar.  O peito doía, como todo o meu corpo, porém um pouco mais. Pensei: "devo ter quebrado algumas costelas". Constatei ainda que meu braço direito também estava quebrado, além de quase não conseguir ficar em pé, o que me indicava problemas nas minhas pernas.  A escuridão não permitia que eu visse quase nada, apesar do meu esforço: "que dor de cabeça infernal!" O que poderia ter me acontecido? Eu não conseguia me lembrar de nada. Consegui ver, ao longe, uma pequena luz piscar: "o que poderia ser?" Finalmente, decidi me arrastar até lá para averiguar: podia ser alguém que pudesse me dizer o que estava acontecendo.  - Meu Deus, onde estou? O que foi que aconteceu? Nã...

BELA VIOLA

  Suas curvas delicadas Uma fêmina esculpida Cintura mais desejada A mulher mais aludida Suas negras madeixas Nos ombros caídas Olhos cor de ameixa Fruta madura colhida Seu corpo curvo esculpido Bela viola, singela e delicada No másculo colo abraçada Entoa tórrido tesão, doce libido Sorriso de brisa serena Olhar de encantos mil Pêssego de pele morena Alvo do desejo varonil A mulher mais aludida Alvo do desejo varonil Fruta madura colhida Me deixa assim: meninil! Uma fêmina esculpida Olhar de encantos mil Fruta madura colhida Me deixa assim: meninil! Olhar de encantos mil Alvo do desejo varonil Doce frescor juvenil Me deixa assim: meninil! Me deixa assim: meninil! Me deixa assim: meninil! Me deixa assim: meninil! Meninil! Um poema de Cao Benassi Direitos autorais reservados ao autor

PAIZINHO

  Paizinho Sente-se aqui do meu lado Quero te contar que estou cansado Das agruras da jornada Paizinho É muito dura a subida  Do eu, montanha aludida Sei que é longa a caminhada Paizinho Não há ninguém a minha volta E eu estou sempre de volta Trazendo o suor no rosto Paizinho Dor, a minha garganta arranha Rio de lágrimas, meu rosto banha Sem um colo para meu descanso Paizinho… Agô! Preciso do teu Alá! Paizinho… Agô! Preciso do teu Alá! Um poema de Cao Benassi Direitos autorais reservados

EDUCAÇÃO É AMOR

Quando Shinishi Suzuki assim qualificou a educação, mais que uma definição para o seu método de ensino de música, ele estava trazendo ao mundo manifestado, uma verdade, uma ideia, um arquétipo captado no mundo sutil, para lembrar Platão.  Segundo o grande filósofo greco-ateniense, existem dois mundos: um das formas e outro das ideias, dos arquétipos, logo, da perfeição. Ao homem, cabe o papel de se tornar uma espécie de canal, para que essas ideias desçam e se manifestem no plano material.  Quando o homem se eleva e consegue se tornar um excelente pontífice, ou seja, quando ele se torna um canal verdadeiramente transparente, pelo qual a luz do arquétipo passa sem distorções, então o resultado é uma forma/pensamento ou uma forma/matéria quase ou perfeita.  No entanto, quando o homem não se torna transparente o suficiente, a luz da ideia captada chega ao plano material distorcida. Essas distorções acontecem por causa da corrupção, do desejo ou do medo.  Embora eu não v...

AINDA ESPERO

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Nas frias tardes da minha vida Ainda espero o amor acontecer Minha alma ainda pulsa esquecida Extenuante solidão insiste em viver Sou a cadeira empoeirada na varanda Esperando brisa intensa do alvorecer Sou voz emudecida desta ciranda E o suspiro agonizante do entardecer A minha pele febril ainda anseia Pelas fortes mãos que a venha despir E loucamente a minha boca deseja O amor que meu peito com tensão faça abrir Que lentamente a minha carne rasgue Que me tire o fôlego e que me deixe inerte Que o meu nome, ansiosamente grite Que procure a minha alma e assim a deseje Mas ainda espero Um amor sincero Intenso, insano Que vá do sagrado Ao profano Que me diga Seus lábios Te amo Poema autoral de Cao Benassi Diretos autorais reservados caobenassi Nas frias tardes da minha vida Ainda espero o amor acontecer Minha alma ainda pulsa esquecida Extenuante solidão insiste em viver Sou a cadeira empoeirada na varanda Esperando brisa intensa do alvorecer Sou voz emudecida desta ciranda E o ...

E-MAILS PARA CARLIA MORTEZI

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 E-mail n. 1 - Sobre o amor Escolhi começar a publicação deste texto, no dia do meu aniversário de 45 anos, pois ele é muito significativo para mim. Ele surgiu das experiências vividas com minha mestra/amiga Marília Cortez, cujo nome em anagrama, o intitula. Onde você estiver no cosmo, mestra: receba como prova do meu grande amor e respeito por ti! A semente que você plantou no meio do espinheiro, hoje frutifica! Uma epístola de Cao Benassi Em homenagem à uma querida amiga e mestra  In memorian

PESAR, ANO 1, N. 10, OUT. 2024

  Outubro é o décimo mês do ano, no calendário gregoriano. A palavra outubro vem da palavra "octo", do latim que significa oito. Agora você querido leitor deve estar se perguntando: "como assim oito… se outubro é o décimo mês do ano?"  Eu vou explicar melhor. No antigo calendário romano, outubro ocupava a oitava posição, sendo, portanto, o oitavo mês do ano, por isso, "octo".  Esse antigo calendário foi alterado por Numa Pompílio e mais tarde, também foi alterado por Júlio César, sendo que o nome desse mês foi mantido. Porém as alterações fizeram com que o mês passasse para a décima posição.  No cristianismo católico, outubro é o mês dedicado à Virgem do Rosário e aos Anjos da Guarda. Já que estamos nos três últimos meses do ano e já falamos sobre o corpo físico, sobre o energético, sobre o emocional, iremos dedicar os três últimos números deste ano, ao nosso corpo mental concreto. Para começar a nossa reflexão, vou trazer uma afirmação que, além do nosso ...

PELOS BARBAS

  Barba, gosto de barba! Barba de cor castanha, Barba que irrita, que arranha, Barba, gosto de barba! Barba, gosto de barba! Barba que morde a orelha, Que ascende a minha centelha… Barba, gosto de barba! Barba, gosto de barba! Barba que despe a pele, Que meus segredos desvele  Barba, gosto de barba! Barba, gosto de barba! Barba que me rasgue a carne, Barba que a minha tenda arme… Barba, gosto de barba! Barba que a minha barba deseja Barba que a minha boca beija  Barba que a minha barba engrossa Barba que na minha barba, enrosca Um poema de Cao Benassi Direitos reservados ao autor