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TEMPO BOM

Mil novecentos e doce ventura  na madrugada cantava o carijó Por detrás da mata escura  o sol já vinha subindo vinha só Café cheiroso de coador com leite quente manteiga e pão  Cafezal meu amoreiro em flor Frango na panela arroz com feijão Sábado do caniço e samburá de alegre pescaria no Ribeirão Domingo embaixo do pé de ingá almoço que aquecia o coração    De manhãzinha tinha a sinfonia da passarada alegria do meu sertão  Tempo do qual só ficou saudade  Hoje me resta somente a solidão  Tempo bom foi aquele  que não, não, não volta mais Tudo já passou, já ficou pra trás  mas no meu coração, ainda vive Mas no meu coração, ainda vive No meu coração, ainda vive Ele vive!

PARA QUE SERVEM OS RETRATOS?

Eu desço desta minha solidão  Tendo olhos vazios, que nada veem Meus devaneios leves, a me torturar São velhos girassóis, do meu coração  São retratos inúteis,  Tempo que não está lá Coração, corpo, inférteis  Tempo que não está lá Olhar macio num escudo de cristal Mente livre, passarinho quer voar Não há desejos, não há interesses  E a alma está pendurada, num pedestal Falsas formas de tempo  Que nunca... lá, estará Sádica forma de reter o tempo Que nunca... lá, estará  Tempo que não estará... Tempo que não está lá! São retratos inúteis... São retratos inúteis! Um poema de Cao Benassi  Direitos autorais reservados 

BELA VIOLA

  Suas curvas delicadas Uma fêmina esculpida Cintura mais desejada A mulher mais aludida Suas negras madeixas Nos ombros caídas Olhos cor de ameixa Fruta madura colhida Seu corpo curvo esculpido Bela viola, singela e delicada No másculo colo abraçada Entoa tórrido tesão, doce libido Sorriso de brisa serena Olhar de encantos mil Pêssego de pele morena Alvo do desejo varonil A mulher mais aludida Alvo do desejo varonil Fruta madura colhida Me deixa assim: meninil! Uma fêmina esculpida Olhar de encantos mil Fruta madura colhida Me deixa assim: meninil! Olhar de encantos mil Alvo do desejo varonil Doce frescor juvenil Me deixa assim: meninil! Me deixa assim: meninil! Me deixa assim: meninil! Me deixa assim: meninil! Meninil! Um poema de Cao Benassi Direitos autorais reservados ao autor

PAIZINHO

  Paizinho Sente-se aqui do meu lado Quero te contar que estou cansado Das agruras da jornada Paizinho É muito dura a subida  Do eu, montanha aludida Sei que é longa a caminhada Paizinho Não há ninguém a minha volta E eu estou sempre de volta Trazendo o suor no rosto Paizinho Dor, a minha garganta arranha Rio de lágrimas, meu rosto banha Sem um colo para meu descanso Paizinho… Agô! Preciso do teu Alá! Paizinho… Agô! Preciso do teu Alá! Um poema de Cao Benassi Direitos autorais reservados

AINDA ESPERO

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Nas frias tardes da minha vida Ainda espero o amor acontecer Minha alma ainda pulsa esquecida Extenuante solidão insiste em viver Sou a cadeira empoeirada na varanda Esperando brisa intensa do alvorecer Sou voz emudecida desta ciranda E o suspiro agonizante do entardecer A minha pele febril ainda anseia Pelas fortes mãos que a venha despir E loucamente a minha boca deseja O amor que meu peito com tensão faça abrir Que lentamente a minha carne rasgue Que me tire o fôlego e que me deixe inerte Que o meu nome, ansiosamente grite Que procure a minha alma e assim a deseje Mas ainda espero Um amor sincero Intenso, insano Que vá do sagrado Ao profano Que me diga Seus lábios Te amo Poema autoral de Cao Benassi Diretos autorais reservados caobenassi Nas frias tardes da minha vida Ainda espero o amor acontecer Minha alma ainda pulsa esquecida Extenuante solidão insiste em viver Sou a cadeira empoeirada na varanda Esperando brisa intensa do alvorecer Sou voz emudecida desta ciranda E o ...

PELOS BARBAS

  Barba, gosto de barba! Barba de cor castanha, Barba que irrita, que arranha, Barba, gosto de barba! Barba, gosto de barba! Barba que morde a orelha, Que ascende a minha centelha… Barba, gosto de barba! Barba, gosto de barba! Barba que despe a pele, Que meus segredos desvele  Barba, gosto de barba! Barba, gosto de barba! Barba que me rasgue a carne, Barba que a minha tenda arme… Barba, gosto de barba! Barba que a minha barba deseja Barba que a minha boca beija  Barba que a minha barba engrossa Barba que na minha barba, enrosca Um poema de Cao Benassi Direitos reservados ao autor

TESÃO

 TESÃO  Olhares se cruzam Olhos se olham Bocas se desejam Línguas salivam  Peles febris se tocam Peles se queimam Lábios ardentes se abrem  Línguas se tocam Olho que o olho, Olho olha! Boca que a boca, Boca deseja! Pele que a pele,  Pele queima! Língua que a língua, Língua molha! Poema de Cao Benassi  Direitos reservados

SALMO EM UM NINHO ESTRANHO

  Pelos arvoredos tchapacruzenses Passarinho solitário, eu me sento Para lamentar ao lembrar o antigo ninho   Quando na gaiola moço lindo Me trancou em cativeiro Nas tardes lânguidas uma canção  De mim se punha a exigir E agora? Como cantarei uma canção de amor  Em um ninho estranho?   Deixe que o silvo do meu bico entristecido E as meditações de um coração cativo  Sejam agradáveis aos teus ouvidos Aqui nesta noite   Pelos arvoredos tchapacruzenses Passarinho solitário, eu me sento Para lamentar ao lembrar o antigo ninho   Pelos arvoredos tchapacruzenses (Lágrimas escuras de Tchapecruz) Passarinho solitário, eu me sento (Cantem vocês a mim, suas canções) Assim eu choro (Cantemos juntos uma canção de amor) Ao lembrar o antigo ninho   Um poema de Cao Benassi 08/11/2018

PROMESSAS DE AMOR

Já que a vovózinha,  se cansou do seu crochê! E a sua mamãezinha,  dos bolos não quer mais saber! Já que você virou mulher  e a boneca abandonou! Já que até o caçador,  sua espingarda aposentou! Já que a vovózinha,  se encantou pelo caçador!  Diz que está apaixonada e que ele é seu grande amor! Venha ser minha chapeuzinho,  Que eu serei o seu lobão! E em sua cestinha, te darei meu coração! Um poema de Cao Benassi Direitos reservados ao autor

POEMAS CURTOS DE SETEMBRO

BARBA Gosto de barba Que arranha a nuca E que morde a orelha E que na minha enrosca Gosto de barba Que sarra o corpo Que roça a bunda Que minha barba engrossa 19 de setembro de 2024 DESEJO Lábios se abrem Línguas se tocam Desejos se encontram  Barbas se enroscam  20 de setembro de 2024 CARÍCIA Acaricie minha face Puxe a minha barba Olhe nos meus olhos  Engrosse a minha barba 21 de setembro 2024 PELAS BARBAS Barba que a barba deseja Barba que na minha enrosca Barba que a barba sarra Barba que a minha engrossa  22 de setembro 2024 LIBERDADE Navegar nos teus olhos Águas bravias enfrentar Ver nas janelas da tu'alma A liberdade que quero gozar 30 de setembro 2024

ESTAÇÕES D'ALMA - III ALBEDO PRIMAVERIL

 III -  Albedo Primaveril Eis o raiar de um novo dia Canto alegre no alvorecer  Uma nova aurora anuncia  Nova consciência a florescer  Na manhã vestida de alegria Faças tua alma resplandecer Eis que no albebo da alma  Desabrocha flor primaveril Virtudes são sua agalma Momentos de encantos mil  Como a lótus acima da lama Erga-te alto,ao céu de anil

CONTEXTO (Opus V)

TRICORDIEMAS  1. CHORO Que minhas lágrimas sejam palavras E que o meu choro seja versos Que eu lastime minha sorte em prosa E que estetizando eu romancie o meu sofrer 2. RISO No brilho do meu farto riso Escondi minha solidão Tristeza escorre da minha boca Pelos versos da minha canção 3. VIDA É a tinta óleo que arde na tela É o cinza que esfumaça a manhã É o pincel que o destino sela E urde o rubedo solar em seu afã Cao Benassi, 13 de set. 2024

CRONOGRAMA

CRONOGRAMA DE PUBLICAÇÕES  A partir de 10/2024 Primeira semana do mês:  1) Crônica da minha vida ou crônica do cotidiano 2) Contículo  Segunda semana do mês:  1) Poema  2) Contículo Terceira semana do mês:  1) Cronicazinha  2) Contículo Quarta semana do mês:  1) Texto filosófico da série PESAR 2) Contículo ou poema Publicações eventuais: Contos Crônicas Capítulos ou partes de novelas Capítulos de romance

ESTAÇÕES D'ALMA

II.  GÉLIDO NIGREDO O inverno d'alma se aproxima, Vista o casaco da temperança! Jogue fora o martelo e tire a toga, Não se preocupe em dar sentença! Para cada debilidade há uma virtude, É verossímil a real presença! Não molhes somente os tornozelos, Mergulhe fundo em sua consciência! Limpe as lentes do nigredo alquímico, Não se deslumbre: tenhas prudência! Buscador, eis que erige a cauda pavonis Contemple a vida, real transparência!   Cao Benassi 

ESTAÇÕES D'ALMA

I. RECOLHIMENTO OUTONAL  As folhas da ilusão já caíram,  A noite não tarda a chegar! O negro manto se estende, Com ele, perigos a te espreitar!  Prepara-te para o trabalho, A tu'alma tu deves buscar! É muito íngreme a descida, Eia avante, não se detenha! É muito árduo o trabalho, A sua coragem empenha! Eis o inverno chegando,  Ao trabalho interno, venha! Cao Benassi

SER

Deixe que a inércia Te ensine a não reagir Quando as debilidades Tua consciência incutir Deixe que a expansão Te ensine a luz absorver Alimentando virtudes latentes Que tu carregas em teu ser Deixe que a brisa emocional  Por meio de um reto sentir Domine a tempestade astral Má ventania tens que resistir Deixe que as chamas mentais Desejam o alto alcançar Tocando as nuvens reais Sem do chão os seus pés tirar Com O Todo que dorme na pedra  Na planta venha respirar Sonhe com Ele no animal E no homem venha despertar Cao Benassi