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ODE À DEMOCRACINHA PUJANTE

Na tribuna da retórica, o político declama, "A voz do povo é lei!", o povelo aclama. Mas a voz ecoa xôxa, em tablados bem montados, Onde seus próprios interesses são os mais votados. A urna eletrônica, coloca à baila os percentuais, Enquanto as filas de doentes crescem nos hospitais. Promessas voejam, tal qual confete em carnaval, E a cada eleição, repete-se o mesmo enredo triunfal. A brasileirama, cansada, mas que teima em acreditar, No ciclo vicioso de escolher, eleger e lamentar. A "ordem e progresso" fica só nas pichações no muro, A picanha prometida, se torna um sonho muito obscuro. Enquanto o PIB flutua, tal como um barco à deriva, A casta intocável, essa sim, sobeja sempre ativa. Com auxílios moradia, penduricalhos e salários tão régios, A democracia deles, em carrões e palácios, tem privilégios. E assim, a "pujante" democracinha segue seu desfile, Entre escândalos e acordos, no mais puro estilo. E a gente assiste, de casa, esse circo sem fim, Torce...

MANUSCA

Para Maninha Meu coração o teu aconchego busca, Teu abraço: laço que o tempo não desata. Um amor o tempo não nunca ofusca, Melodia da alma, alegre serenata. Nossos risos, sonhos e segredos, Memórias guardadas em cada canto. Medos vencidos em nosso enredo, Para cada abraço, um porto, um acalanto. Que sejamos unidos, em qualquer canto E que a vida nos seja plena e gentil, Que o nosso amor seja infindável, E a felicidade, o nosso manto sutil.

VILANCETE PARA MEU AMOR

Para Gabriel  Seu amor, um canto em meu jardim, Flor do tempo quando me olhas, Seu coração plantado em mim. Em cada flor, que tu desabrochas, Renascem sonhos que não se perdem em mim, Flor do tempo quando me olhas, Meus passos, sempre me levam a você, Em teu sorriso, a paz que alcanço, Flor do tempo quando me olhas, Nos braços teus, eu me refaço, Um mar de estrelas, me dá teu abraço, Flor do tempo quando me olhas, Seu amor, um canto em meu jardim, Em cada flor, que tu desabrochas, Seu coração plantado em mim. És melodia, és ritmo, és compasso, Meu porto, meu abrigo, meu laço, Flor do tempo quando me olhas, Seu coração plantado em mim.

DIVINES

PARA GABRIEL Poema composto em 29/6/25  Devotado aos pés Sol da minha manhã Meu peito teu altar Teu colo meu divã Teu abraço meu céu Aconchego para amar Paixão transcende o véu Sagrado é te adorar

ADORAÇÃO

Para Gabriel Poema composto em 28/6/25 No meu horizonte sombrio Tal qual Quenum, fez-se luz Me empurrou a escura solidão E felicidade, ao meu dia conduz Da cosmogonia do meu mundo Tornou-se o meu deus solar Faz todas as minhas manhãs E do meu peito, o teu altar

ANJO

 PARA GABRIEL  Despiu-se de sua divindade Vestiu-se de pele humana Deixou para trás sua glória  Manteve a beleza soberana Fez-se um Deus entre homens Olhou-me com o sol em seus olhos Iluminou as manhãs do meu mundo Beijou-me com ondas de mar bravio Aos pés me arranca, suspiro profundo Estampou no meu céu as suas nuvens Desamparado filhote sem ninho  Embalou feliz nos seus braços Deu estrelas ao céu da boca   Do teu colo fez o meu espaço Coloriu com tua língua as minhas paragens Desde o teu céu me estendeu o dedo Que em transcendência ousei tocar  Tal qual Adão buscando o Divino A velha natureza quer superar Desenhou nos meus olhos as suas miragens   Fez-se um Deus entre homens As suas nuvens no meu céu estampou Coloriu com tua língua minhas paragens Nos meus olhos as suas miragens desenhou  Fez-se um Deus entre homens

CUYAVERÁ

Cuiabá, terra da galinha co’arroz do pixé, do cajú, do siriri e do cururu Cuiabá, terra da maria isabel da farofa de banana, da cabeça de pacú Cuiabá, do porto, do baú e da lixeira da cavalhada, da festança de São Benedito Cuiabá do rasqueado e do lambadão Do feijão empamonado e do francisquito Cuiabá tem suas ladeiras seus becos, seus candeeiros Cuiabá tem suas rimas, igrejas, santos e festeiros Cuiabá de Mãe Bonifácia Viu nascer a Liu Arruda De Ana Benedita das Neves Todo amor, é de Mãe Preta Cuiabá tem becos e tem vielas Tem buraco no chão de eu morar Do político ladino à puta de qualidade Tem o que mais você precisar Feliz 306 anos, Cuiabá 

METHAMORPHOSIS

Para Romário Longe do meu olhar É miragem  Pássaro que olha o céu É miragem Temendo o vazio do voo Felicidade, quer gozar Desejo que lhe vem aos olhos Encasula Verve que verte nas veias  Entabula Tinta na alma o destino Receio, quer torturar Lamenta a própria sorte  Desventuras Furtiva lágrima lhe verte Clausuras Lúgubra face enrubesce  Tristeza o faz chorar Envolto nas chamas da solidão  Queima-se Ressurge nova ave perfeita Encoraja-se E as cinzas de sua timidez  Passarinho quer cantar Perto do meu olhar  Kalahamsa Deu asas ao meu coração  Kalahamsa E no céu da tua boca  Passarinho, fez voar 

TEMPO BOM

Mil novecentos e doce ventura  na madrugada cantava o carijó Por detrás da mata escura  o sol já vinha subindo vinha só Café cheiroso de coador com leite quente manteiga e pão  Cafezal meu amoreiro em flor Frango na panela arroz com feijão Sábado do caniço e samburá de alegre pescaria no Ribeirão Domingo embaixo do pé de ingá almoço que aquecia o coração    De manhãzinha tinha a sinfonia da passarada alegria do meu sertão  Tempo do qual só ficou saudade  Hoje me resta somente a solidão  Tempo bom foi aquele  que não, não, não volta mais Tudo já passou, já ficou pra trás  mas no meu coração, ainda vive Mas no meu coração, ainda vive No meu coração, ainda vive Ele vive!

PARA QUE SERVEM OS RETRATOS?

Eu desço desta minha solidão  Tendo olhos vazios, que nada veem Meus devaneios leves, a me torturar São velhos girassóis, do meu coração  São retratos inúteis,  Tempo que não está lá Coração, corpo, inférteis  Tempo que não está lá Olhar macio num escudo de cristal Mente livre, passarinho quer voar Não há desejos, não há interesses  E a alma está pendurada, num pedestal Falsas formas de tempo  Que nunca... lá, estará Sádica forma de reter o tempo Que nunca... lá, estará  Tempo que não estará... Tempo que não está lá! São retratos inúteis... São retratos inúteis! Um poema de Cao Benassi  Direitos autorais reservados 

BELA VIOLA

  Suas curvas delicadas Uma fêmina esculpida Cintura mais desejada A mulher mais aludida Suas negras madeixas Nos ombros caídas Olhos cor de ameixa Fruta madura colhida Seu corpo curvo esculpido Bela viola, singela e delicada No másculo colo abraçada Entoa tórrido tesão, doce libido Sorriso de brisa serena Olhar de encantos mil Pêssego de pele morena Alvo do desejo varonil A mulher mais aludida Alvo do desejo varonil Fruta madura colhida Me deixa assim: meninil! Uma fêmina esculpida Olhar de encantos mil Fruta madura colhida Me deixa assim: meninil! Olhar de encantos mil Alvo do desejo varonil Doce frescor juvenil Me deixa assim: meninil! Me deixa assim: meninil! Me deixa assim: meninil! Me deixa assim: meninil! Meninil! Um poema de Cao Benassi Direitos autorais reservados ao autor

PAIZINHO

  Paizinho Sente-se aqui do meu lado Quero te contar que estou cansado Das agruras da jornada Paizinho É muito dura a subida  Do eu, montanha aludida Sei que é longa a caminhada Paizinho Não há ninguém a minha volta E eu estou sempre de volta Trazendo o suor no rosto Paizinho Dor, a minha garganta arranha Rio de lágrimas, meu rosto banha Sem um colo para meu descanso Paizinho… Agô! Preciso do teu Alá! Paizinho… Agô! Preciso do teu Alá! Um poema de Cao Benassi Direitos autorais reservados

AINDA ESPERO

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Nas frias tardes da minha vida Ainda espero o amor acontecer Minha alma ainda pulsa esquecida Extenuante solidão insiste em viver Sou a cadeira empoeirada na varanda Esperando brisa intensa do alvorecer Sou voz emudecida desta ciranda E o suspiro agonizante do entardecer A minha pele febril ainda anseia Pelas fortes mãos que a venha despir E loucamente a minha boca deseja O amor que meu peito com tensão faça abrir Que lentamente a minha carne rasgue Que me tire o fôlego e que me deixe inerte Que o meu nome, ansiosamente grite Que procure a minha alma e assim a deseje Mas ainda espero Um amor sincero Intenso, insano Que vá do sagrado Ao profano Que me diga Seus lábios Te amo Poema autoral de Cao Benassi Diretos autorais reservados caobenassi Nas frias tardes da minha vida Ainda espero o amor acontecer Minha alma ainda pulsa esquecida Extenuante solidão insiste em viver Sou a cadeira empoeirada na varanda Esperando brisa intensa do alvorecer Sou voz emudecida desta ciranda E o ...

PELOS BARBAS

  Barba, gosto de barba! Barba de cor castanha, Barba que irrita, que arranha, Barba, gosto de barba! Barba, gosto de barba! Barba que morde a orelha, Que ascende a minha centelha… Barba, gosto de barba! Barba, gosto de barba! Barba que despe a pele, Que meus segredos desvele  Barba, gosto de barba! Barba, gosto de barba! Barba que me rasgue a carne, Barba que a minha tenda arme… Barba, gosto de barba! Barba que a minha barba deseja Barba que a minha boca beija  Barba que a minha barba engrossa Barba que na minha barba, enrosca Um poema de Cao Benassi Direitos reservados ao autor

TESÃO

 TESÃO  Olhares se cruzam Olhos se olham Bocas se desejam Línguas salivam  Peles febris se tocam Peles se queimam Lábios ardentes se abrem  Línguas se tocam Olho que o olho, Olho olha! Boca que a boca, Boca deseja! Pele que a pele,  Pele queima! Língua que a língua, Língua molha! Poema de Cao Benassi  Direitos reservados

SALMO EM UM NINHO ESTRANHO

  Pelos arvoredos tchapacruzenses Passarinho solitário, eu me sento Para lamentar ao lembrar o antigo ninho   Quando na gaiola moço lindo Me trancou em cativeiro Nas tardes lânguidas uma canção  De mim se punha a exigir E agora? Como cantarei uma canção de amor  Em um ninho estranho?   Deixe que o silvo do meu bico entristecido E as meditações de um coração cativo  Sejam agradáveis aos teus ouvidos Aqui nesta noite   Pelos arvoredos tchapacruzenses Passarinho solitário, eu me sento Para lamentar ao lembrar o antigo ninho   Pelos arvoredos tchapacruzenses (Lágrimas escuras de Tchapecruz) Passarinho solitário, eu me sento (Cantem vocês a mim, suas canções) Assim eu choro (Cantemos juntos uma canção de amor) Ao lembrar o antigo ninho   Um poema de Cao Benassi 08/11/2018

PROMESSAS DE AMOR

Já que a vovózinha,  se cansou do seu crochê! E a sua mamãezinha,  dos bolos não quer mais saber! Já que você virou mulher  e a boneca abandonou! Já que até o caçador,  sua espingarda aposentou! Já que a vovózinha,  se encantou pelo caçador!  Diz que está apaixonada e que ele é seu grande amor! Venha ser minha chapeuzinho,  Que eu serei o seu lobão! E em sua cestinha, te darei meu coração! Um poema de Cao Benassi Direitos reservados ao autor