ODE À DEMOCRACINHA PUJANTE
Na tribuna da retórica, o político declama, "A voz do povo é lei!", o povelo aclama. Mas a voz ecoa xôxa, em tablados bem montados, Onde seus próprios interesses são os mais votados. A urna eletrônica, coloca à baila os percentuais, Enquanto as filas de doentes crescem nos hospitais. Promessas voejam, tal qual confete em carnaval, E a cada eleição, repete-se o mesmo enredo triunfal. A brasileirama, cansada, mas que teima em acreditar, No ciclo vicioso de escolher, eleger e lamentar. A "ordem e progresso" fica só nas pichações no muro, A picanha prometida, se torna um sonho muito obscuro. Enquanto o PIB flutua, tal como um barco à deriva, A casta intocável, essa sim, sobeja sempre ativa. Com auxílios moradia, penduricalhos e salários tão régios, A democracia deles, em carrões e palácios, tem privilégios. E assim, a "pujante" democracinha segue seu desfile, Entre escândalos e acordos, no mais puro estilo. E a gente assiste, de casa, esse circo sem fim, Torce...