ODE À DEMOCRACINHA PUJANTE

Na tribuna da retórica, o político declama,

"A voz do povo é lei!", o povelo aclama.

Mas a voz ecoa xôxa, em tablados bem montados,

Onde seus próprios interesses são os mais votados.

A urna eletrônica, coloca à baila os percentuais,

Enquanto as filas de doentes crescem nos hospitais.

Promessas voejam, tal qual confete em carnaval,

E a cada eleição, repete-se o mesmo enredo triunfal.


A brasileirama, cansada, mas que teima em acreditar,

No ciclo vicioso de escolher, eleger e lamentar.

A "ordem e progresso" fica só nas pichações no muro,

A picanha prometida, se torna um sonho muito obscuro.

Enquanto o PIB flutua, tal como um barco à deriva,

A casta intocável, essa sim, sobeja sempre ativa.

Com auxílios moradia, penduricalhos e salários tão régios,

A democracia deles, em carrões e palácios, tem privilégios.


E assim, a "pujante" democracinha segue seu desfile,

Entre escândalos e acordos, no mais puro estilo.

E a gente assiste, de casa, esse circo sem fim,

Torcendo para que um dia, acabe o teatro chinfrim.

Mas a esperança segue latente e não morre jamais,

Renasce a cada pleito, como velhas mentiras reais.

E a nossa varonil democracinha, de peito estufado,

Segue firme e forte, sempre rumando ao lado errado.


Poema composto em 20 de jul. 2025.


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