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Mostrando postagens com o rótulo Crônica

TRINTA DIAS DE TODAS AS MANHÃS DO MUNDO

  Para Gabriel Uma crônica de Cao Benassi  Em relação ao tempo, a nossa percepção sempre nos faz pensar que ele, o tempo, passa rápido demais. Essa percepção é bastante distorcida e não é sentida apenas por nós, pois na verdade, o tempo hoje passa da mesma forma como passava em tempos imemoriais. Em seu tempo, o filósofo romano Marco Aurélio documentou que seus contemporâneos reclamavam de não terem tempo. Isso posto, ressalto que faz um mês, trinta dias de tempo passado, cuja medida parece ter perdido o sentido para nós. Eu me pego olhando para você, aqui, do meu lado na nossa cama, vendo o seu rosto que é o sol da minha manhã, e tenho a sensação de que todas as manhãs do mundo se concentraram nesse nosso primeiro mês. Coloco-me aos seus pés e depois em suas mãos e você me abraça. Sinto a minha alma se iluminar. É como se os meus olhos soubessem, mesmo antes de mim, que eu já te esperava. Como mágica, sinto que nesses trinta primeiros dias, nós vivemos todas as manhãs do noss...

DO CAOS À TODAS AS MANHÃS DO MUNDO

Uma crônica de Cao Benassi Junho é um mês muito especial. Ele encerra o primeiro ciclo semestral e é o bardo de entrada do segundo ciclo semestral do ano. Junho traz consigo muitas energias de três sentimentos especiais: o amor, a alegria e a felicidade!  Além disso, junho está ligado à luz solar. E por falar em sol, o meu mundinho amoroso que jazia em repouso pós praláyaco, neste junho de 2025, voltou a se movimentar e iniciar um novo manvantara com a chegada do sol de todas as minhas manhãs. Assim como o mundo, que para os nossos ancestrais, era sempre criado a partir do caos que continha as águas primordiais, em meio ao caos cotidiano, onde a vida existe apenas em potencial, ela, a vida, surge com todas as suas vicissitudes que nos desafia a cada instante.  Eis que emerge um sol, um farol, uma estrela-guia que ilumina e direciona o meu caminho. Luz que surge no horizonte a cada manhã do meu mundo para iluminá-lo. Tudo começou no silêncio do meu mar e chegou de mansinho, qua...

O CONSCIENTE, A ANESTESIA E A REVELAÇÃO DO INCONSCIENTE EM UM ÚNICO DIA

  Uma crônica de Cao Benassi Vivendo num país, que igual a muitos outros, privilegia a torpeza, a debilidade e a imoralidade, no qual o porco é lavado, perfumado, enfeitado e colocado no palácio, crendo que o tal suinídeo iria virar um rei, o que se testemunha, é a transformação do palácio num chiqueiro.  Infelizmente, todo mundo já sentiu o mal cheiro das cagadas do ronca-e-fuça, porém poucos são os que admitem que acreditar na farsa cuidadosamente elaborada pelo reizinho mandão, delicadamente intitulado “O-ovo-que-tudo-vê”, e seus outros 10 comparsas, a maioria preferem fazer a egípcia e dizer que o fedor exalado do chiqueirácio (mistura de chiqueiro com palácio, no qual se espoja o cachaço-grulhador), é o mais fino eou de toilette.  A lama de odor mal cheiroso se espalha por todo lado. Por onde se anda, não há ou quase não há, lugar que a pútrido chorume não tenha chegado. Economia não há: a cada dia, um novo aumento de impostos, que não cobre a gastança desenfreada. A...

DOR COME: UMA CRÔNICA DA DOR

  (Tomada 3 - De uma vez por todas) Uma crônica de Cao Benassi Atualmente - Olá, Cao! - Me deixa! - Uai, pensei que o aperto de saudade que você deu na sua flauta hoje, tinha resolvido o seu banzo?! - Quem dera fosse fácil assim… - Ah, Cao… não gosto quando você perde o brilho! Não gosto quando você economiza no verbo!  - Fazer o que, né?! - Ah… prefiro quando você fica reclamudo de nós, as suas dores preferidas… e antes que você queira negar, você era bem mais legal quando não investia seu tempo nela! - É, você tem razão! - Sim, eu tenho! Sabe, Cao, às vezes, todas nós deixamos você macambúzio, mas de todas nós, ela é a única que te pega de jeito, hein?! Estou com pena de você, menino! Há alguma coisa que eu possa fazer por você? - Não! - Nada?! - Hum-hum! - Nadica de nada?! - (Aceno com a cabeça, negativamente) - E o salto tandem, me conta! - Não! - Vai, Cao! Coloca pra fora! Isso vai te ajudar! Zera essa história, quem sabe é uma forma de você acabar com ela, de uma vez por...

DOR COME: UMA CRÔNICA DA DOR

  (Tomada 2) Uma crônica de Cao Benassi Dois mil e lá vai tempo…  - Olá, Cao! - Quem é você? - Ah, Cao… já estou com você há um tempão… e você não me reconhece?  - Não! - Tá certo, Cao; Vamos lá! Eu sou a sua dor, muito prazer! - Que dor?! Eu conheço minhas dores… mas não reconheço você! - Ai, Cao! Me poupe! Estou com você desde…  - Desde… o quê? - Deixa pra lá! Eu sou uma dor diferente, uma dor que você conhece bem: dor de amor! Prazer! Atualmente…  - Olá, dorzinha do meu coração! - E aí, Cao: satisfeito? - Abusada! - Eu?! Você não aprende nunca, não mesmo… e o que eu tenho com isso?! - Vai… tripudia… afinal de contas, eu mereço! - Já te disse; larga mão! Mas você não me ouve! Tem que insistir em querer alguém para amar… toma: tá aí, de ressaca de novo! - Mas eu nem bebi… juro! - Ai; oh! Cao, essa sua literalidade… Deixa prá lá! Dois mil e uns quase dez… - Cao amor da minha dor… eu falei pra você não vir… ainda dá tempo, me tira daqui! - Claudio, pode entrar! -...