TEMPO BOM

Mil novecentos e doce ventura 
na madrugada cantava o carijó
Por detrás da mata escura 
o sol já vinha subindo vinha só

Café cheiroso de coador
com leite quente manteiga e pão 
Cafezal meu amoreiro em flor
Frango na panela arroz com feijão

Sábado do caniço e samburá
de alegre pescaria no Ribeirão
Domingo embaixo do pé de ingá
almoço que aquecia o coração 
 
De manhãzinha tinha a sinfonia
da passarada alegria do meu sertão 
Tempo do qual só ficou saudade 
Hoje me resta somente a solidão 

Tempo bom foi aquele 
que não, não, não volta mais
Tudo já passou, já ficou pra trás 
mas no meu coração, ainda vive

Mas no meu coração, ainda vive
No meu coração, ainda vive
Ele vive!

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