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Mostrando postagens de julho, 2025

CAPITÃO BIROCA X A DESLUMBRADA DA REPÚBLICA

  UM DESAFIO NADA REPUBLICANO Um conto de Cao Benassi  (*Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência)  Os dias, na conturbada República da Banânia, corriam sem que os bananienses pudessem respirar, em lugar algum, desde as planícies verdejantes da Burocracia aos picos mais elevados da Legislação, algum ar de normalidade. Nesses dias, o que inundava os pobres narizes republicanos, era o fétido odor exalado do Pranalto Central.    Na ensolarada republiqueta, onde o café era forte e a política mais ainda, dois personagens que ali viviam, tomaram os holofotes, pois mais pareciam saídos de contos de fadas às avessas: o Bonorito, de riso estrondoso, era conhecido por sua peculiar paixão por bolitas de gude, e a Sra. Esbanja, a deslumbrada primeira-dama da república que tinha um gosto um tanto… expansivo, eu diria. Bonorito, que respondia também por Capitão Biroca, além de falastrão, era um estrategista nato (quando o assun...

DESGOVERNO

  A REPÚBLICA DA BANÂNIA E O SAPO CACHACEIRO Um conto de Cao Benassi O escaldante sol de Cuiabrasa, cujas boas línguas davam conta de existir um para cada cuiabrasano, não era nem de longe, páreo para o calor infernal que emanava do Palácio do Pranalto , especialmente quando o anfíbio-chefe, o Sapo Cachaceiro, iniciava mais um dia de "trabalho". Seu nome, Egresso Etílico, era uma ironia amarga para a nação, que via sua economia encalhada como um girino no meio da lama seca.  O Sapo Cachaceiro, um batráquio de modos rústicos e fala empolada, quase sempre por aveludadas mentiras, havia galgado os degraus do poder não por mérito, é claro, mas por uma combinação duvidosa de um peculiar e poderoso carisma, e um profundo conhecimento da ensaboada arte de escorregar por entre os dedos da justiça. Seus dias no Palácio do Pranalto começavam com um "café da manhã" à base da mais pura caninha de alambique, genuíno suco de cana fermentada que ele jurava ser "o elixir da s...

ODE À DEMOCRACINHA PUJANTE

Na tribuna da retórica, o político declama, "A voz do povo é lei!", o povelo aclama. Mas a voz ecoa xôxa, em tablados bem montados, Onde seus próprios interesses são os mais votados. A urna eletrônica, coloca à baila os percentuais, Enquanto as filas de doentes crescem nos hospitais. Promessas voejam, tal qual confete em carnaval, E a cada eleição, repete-se o mesmo enredo triunfal. A brasileirama, cansada, mas que teima em acreditar, No ciclo vicioso de escolher, eleger e lamentar. A "ordem e progresso" fica só nas pichações no muro, A picanha prometida, se torna um sonho muito obscuro. Enquanto o PIB flutua, tal como um barco à deriva, A casta intocável, essa sim, sobeja sempre ativa. Com auxílios moradia, penduricalhos e salários tão régios, A democracia deles, em carrões e palácios, tem privilégios. E assim, a "pujante" democracinha segue seu desfile, Entre escândalos e acordos, no mais puro estilo. E a gente assiste, de casa, esse circo sem fim, Torce...

MANUSCA

Para Maninha Meu coração o teu aconchego busca, Teu abraço: laço que o tempo não desata. Um amor o tempo não nunca ofusca, Melodia da alma, alegre serenata. Nossos risos, sonhos e segredos, Memórias guardadas em cada canto. Medos vencidos em nosso enredo, Para cada abraço, um porto, um acalanto. Que sejamos unidos, em qualquer canto E que a vida nos seja plena e gentil, Que o nosso amor seja infindável, E a felicidade, o nosso manto sutil.

VILANCETE PARA MEU AMOR

Para Gabriel  Seu amor, um canto em meu jardim, Flor do tempo quando me olhas, Seu coração plantado em mim. Em cada flor, que tu desabrochas, Renascem sonhos que não se perdem em mim, Flor do tempo quando me olhas, Meus passos, sempre me levam a você, Em teu sorriso, a paz que alcanço, Flor do tempo quando me olhas, Nos braços teus, eu me refaço, Um mar de estrelas, me dá teu abraço, Flor do tempo quando me olhas, Seu amor, um canto em meu jardim, Em cada flor, que tu desabrochas, Seu coração plantado em mim. És melodia, és ritmo, és compasso, Meu porto, meu abrigo, meu laço, Flor do tempo quando me olhas, Seu coração plantado em mim.

DIVINES

PARA GABRIEL Poema composto em 29/6/25  Devotado aos pés Sol da minha manhã Meu peito teu altar Teu colo meu divã Teu abraço meu céu Aconchego para amar Paixão transcende o véu Sagrado é te adorar

ADORAÇÃO

Para Gabriel Poema composto em 28/6/25 No meu horizonte sombrio Tal qual Quenum, fez-se luz Me empurrou a escura solidão E felicidade, ao meu dia conduz Da cosmogonia do meu mundo Tornou-se o meu deus solar Faz todas as minhas manhãs E do meu peito, o teu altar

DO CAOS À TODAS AS MANHÃS DO MUNDO

Uma crônica de Cao Benassi Junho é um mês muito especial. Ele encerra o primeiro ciclo semestral e é o bardo de entrada do segundo ciclo semestral do ano. Junho traz consigo muitas energias de três sentimentos especiais: o amor, a alegria e a felicidade!  Além disso, junho está ligado à luz solar. E por falar em sol, o meu mundinho amoroso que jazia em repouso pós praláyaco, neste junho de 2025, voltou a se movimentar e iniciar um novo manvantara com a chegada do sol de todas as minhas manhãs. Assim como o mundo, que para os nossos ancestrais, era sempre criado a partir do caos que continha as águas primordiais, em meio ao caos cotidiano, onde a vida existe apenas em potencial, ela, a vida, surge com todas as suas vicissitudes que nos desafia a cada instante.  Eis que emerge um sol, um farol, uma estrela-guia que ilumina e direciona o meu caminho. Luz que surge no horizonte a cada manhã do meu mundo para iluminá-lo. Tudo começou no silêncio do meu mar e chegou de mansinho, qua...

SUPREMO TABACAL FEDORAL

Na "Praça dos Democratas", os sinos badalavam. Não pela fé, mas pelo medo, obviamente. No palácio da Justiça, encravado no centro da Barnânia, togas negras decretavam o amanhã. A caneta, mais que espada, cortava destinos, silenciava vozes. Liberdade? Um eco longínquo, abafado por ruidosos decretos. Justiças tortas, rotas, sombrias, verdades censuradas. Ninguém ousava questionar, ou sumia. A lei que antes era escudo, virou algema. O povo, emudecido, via o sol nascer quadrado. Um suspiro coletivo, um grito bochornoso. E assim, sob a égide da lei, se ergueu a sombra.

O HINO OFICIAL DA JURISLÂNDIA

Um conto de Cao Benassi (* Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência)   No reino distante de Jurislândia, também conhecido como República da Banânia, que ficava encravado entre as verdejantes planícies da Burocracia e as imponentes montanhas da Legislação, vivia um ser muito peculiar conhecido como Xandão, O Magnífico. As boas línguas da Jurislândia, deram a ele as alcunhas de Juizinho Mandão, A Lei Xandre de Imoraes, e ainda, O ovo que tudo vê. Não, não se podia dizer que Xandão, O Magnifíco, era um rei, tampouco um imperador, mas, sim, ele era um juiz. Um juiz, cujo martelo ecoava mais alto que os trovões nos picos mais altos, nos mais distantes rincões. Sua fama de "mandão" não era apenas uma lenda, era a fundação sobre a qual Jurislândia parecia repousar. Xandão, O Magnífico, tinha um olhar penetrante, capaz, diziam as boas línguas que repetiam coisas, pelos corredores do Palácio da Justiça, que ficava encravado no centro da Banârn...

PESAR, JULHO DE 2025

  PESAR, ANO 2, N. 19, JUL. 2025 Estamos no sétimo mês do ano de dois mil e vinte e cinco e esse, já é o décimo nono número da série de textos filosóficos PESAR. Como todos já sabem, nosso tema é foco e interesse, que são, basicamente, o ponto para o qual converge nossa atenção e o estado de espírito que se tem para com aquilo que se acha digno de atenção. No nosso número anterior, discorremos sobre o perigo de se desperdiçar o tempo de vida que temos. Parece não ser tão importante, mas um único dia vivido sem propósito, na economia da vida, jamais poderá ser recuperado.  Como foi afirmado no número 18 da série PESAR, a expectativa de vida do brasileiro, é em média, setenta e seis anos. Convertendo esse total para dias, nós teríamos aproximadamente, um total de vinte e sete mil, setecentos e quarenta dias. Com base nisso, peço a você, querido leitor, que faça o seguinte exercício de imaginação: substitua os dias da expectativa de vida do brasileiro pela nossa moeda. Imagine qu...