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DOR COME: UMA CRÔNICA DA DOR

  (Tomada 3 - De uma vez por todas) Uma crônica de Cao Benassi Atualmente - Olá, Cao! - Me deixa! - Uai, pensei que o aperto de saudade que você deu na sua flauta hoje, tinha resolvido o seu banzo?! - Quem dera fosse fácil assim… - Ah, Cao… não gosto quando você perde o brilho! Não gosto quando você economiza no verbo!  - Fazer o que, né?! - Ah… prefiro quando você fica reclamudo de nós, as suas dores preferidas… e antes que você queira negar, você era bem mais legal quando não investia seu tempo nela! - É, você tem razão! - Sim, eu tenho! Sabe, Cao, às vezes, todas nós deixamos você macambúzio, mas de todas nós, ela é a única que te pega de jeito, hein?! Estou com pena de você, menino! Há alguma coisa que eu possa fazer por você? - Não! - Nada?! - Hum-hum! - Nadica de nada?! - (Aceno com a cabeça, negativamente) - E o salto tandem, me conta! - Não! - Vai, Cao! Coloca pra fora! Isso vai te ajudar! Zera essa história, quem sabe é uma forma de você acabar com ela, de uma vez por...

DIALOGIAS

Por mais que romantizemos, a vida não é assim tão bela, como alguns pretendem fazer parecer... Lamento te decepcionar, amiguinho leitor, mas, às vezes, as coisas são verdadeiros equívocos da natureza!  Então… às vezes, nós precisamos de uma ajudinha… e aí, vale até um Santo Antônio de cabeça para baixo atrás de uma porta ou um galhinho de arruda atrás da orelha… vai que… quem nunca, não é mesmo?! Eu penso que essas coisas de Deus, Diabo, Orixá, Kami, Cinderela e Banca de Neve é tudo farinha do mesmo saco… uma bobagem maior que a outra, mas… se dizem que vale a pena, então a alma não é pequena, como disse o poeta! Mas eu, por exemplo, que nada sou na fila desse pão, já ouvi o relinchar da Mula sem cabeça, já acordei cheio de pelos do Lobisomem, já flertei a Iara Mãe d'Água… o Curupira, ah o Currupira… que liga para os seus pés para trás, quando… Enfim, já me deitei com o Saci Pererê e levei um fora do Anjo Gabriel. Jesus me deu as costas e desolado, sai sem eira nem beira: caminhei,...

MEU CHÃO

Para Ítalo Sonho, sonho e volto a sonhar! Colho as flores das minhas dores! Desperto-me; choro e volto a chorar! Ah! Quem me dera, ó Kalahamsa Plantar-te no meu chão verde! Sonho, sonho e volto a sonhar! Colho as flores dos meus amores! Desperto-me; vejo-te e volto a te olhar! Não é mais um sonho, ó Kalahamsa Plantar-te, amar-te, viver-te até morrer-te!

PESAR, ANO 2, N. 17, MAI. 2025

Já estamos no quinto mês do ano. O tempo parece que voa, não é mesmo?! E sempre fica uma sensação de que ele passa rápido demais! Uma sensação de que o tempo é pouco para tantas demandas! Uma sensação de que o tempo que temos não é suficiente, nem para as coisas do corpo, tampouco para as coisas da alma. Será que esta sensação é verdadeira ou é somente uma percepção distorcida de nossa mente? Embora não percebamos, a nossa percepção do tempo está, sim, influenciada pela nossa mente. Os nossos desejos são os responsáveis por essa distorção que nos faz ter a sensação de que o nosso tempo é pouco para tantas coisas que temos para fazer. No entanto, se nós estivéssemos presentes em cada momento que vivemos, bastaria apenas uma vida para nós realizarmos em plenitude a natureza humana! Será que é somente nós que temos essa percepção errada do tempo? Será que os nossos antepassados também ficavam com essa mesma sensação que nós temos, sempre que se aproxima o início de um novo mês ou que se a...

PARECE, MAS NÃO É!

- Olha quem acordou! - O que aconteceu? - Você passou mal e foi internada, mamãe! - Sério? E como foi? Eu apaguei? Por quanto tempo? O que o médico disse? Vou ficar boa logo? Quando em vou embor… - Mas; quem é você? Você não é funcionário do hospital? Você não deveria estar a… - Aê, na moral tia, perdeu mané; perdeu! Isso é assalto, sacô madame?! - Que isso… você não está vendo que isso é aqui é um hospital? Estamos numa UTI: mamãe está mal, acordou agora! - Já falei, aê: bo-ta-pra-dren-to; vê se num treta, pra num fudê co’a porra todaê, valeu?!  - A que ponto chegamos?! - Num fode! Passa tudo logo, tia, na calma! Nóis agora temu precedente, tá ligada?! Um contículo de Cao Benassi

DOR COME: UMA CRÔNICA DA DOR

  (Tomada 2) Uma crônica de Cao Benassi Dois mil e lá vai tempo…  - Olá, Cao! - Quem é você? - Ah, Cao… já estou com você há um tempão… e você não me reconhece?  - Não! - Tá certo, Cao; Vamos lá! Eu sou a sua dor, muito prazer! - Que dor?! Eu conheço minhas dores… mas não reconheço você! - Ai, Cao! Me poupe! Estou com você desde…  - Desde… o quê? - Deixa pra lá! Eu sou uma dor diferente, uma dor que você conhece bem: dor de amor! Prazer! Atualmente…  - Olá, dorzinha do meu coração! - E aí, Cao: satisfeito? - Abusada! - Eu?! Você não aprende nunca, não mesmo… e o que eu tenho com isso?! - Vai… tripudia… afinal de contas, eu mereço! - Já te disse; larga mão! Mas você não me ouve! Tem que insistir em querer alguém para amar… toma: tá aí, de ressaca de novo! - Mas eu nem bebi… juro! - Ai; oh! Cao, essa sua literalidade… Deixa prá lá! Dois mil e uns quase dez… - Cao amor da minha dor… eu falei pra você não vir… ainda dá tempo, me tira daqui! - Claudio, pode entrar! -...