PESAR N. 16
PESAR, ANO 2, N. 16, ABR. 2025
Já estamos no quarto mês do ano de 2025. Este ano, curiosamente, a soma de seus números leva ao dígito 9, que na numerologia pitagórica, representa o nono passo do iniciado, significando que ele está a um passo do fechamento de um ciclo. Assim, este número está associado a altruísmo, compaixão, sabedoria, encerramento de ciclos e recomeços. É também conhecido como o "doador universal".
Segundo informações às quais tivemos acesso, a vibração arquetípica do número 9, representa a compreensão total do Universo. Noutras palavras, podemos afirmar que o número 9 significa a sabedoria e o fechamento do ciclo. Este número ainda possui relação com a união entre o físico, o mental e o espiritual. É a universalidade, a impessoalidade, a generosidade, a benevolência, a abnegação e o respeito à vida.
Pensando no sentido que o número 9 traz para o ano de 2025, é auspicioso para nós, conduzirmos nossos interesses e focos para coisas que nos elevam, ao invés de nos interessamos e focarmos em coisas de baixa vibração, como por exemplo o interesse e foco na vida cotidiana dos outros, ou seja, em situações externas, que por certo nos roubam nossa energia, nos adicionam sofrimento e, com isso, nos roubam a paz interior.
Sêneca, importante filósofo estóico, nos ensinou que devemos evitar o empenho do nosso tempo em coisas e preocupações desnecessárias, como por exemplo a discussão sobre a vida alheia, a tão conhecida fofoca. Você já prestou a atenção que temos o hábito de chamar de fofoca e rechaçar o interesse e o foco na vida alheia, quando esses estão relacionados aos outros, mas quando são originados em nós, tendemos a praticá-los ignorando o fato de que em ambas situações, isto se trata de uma debilidade?
Nós deixamos nossa consciência ser arrastada para baixo, facilmente. Em relação a fofoca, por exemplo, para que não sejamos enredados nas tramas de baixa vibração desta debilidade, a nossa tarefa é nos conscientizarmos que o interesse e o foco na vida dos outros, nem sempre é fator de soma para nós, tendo em vista que quase sempre, a fofoca está relacionada a fatores negativos da vida de outrem, e não nos aspectos positivos que poderiam despertar em nós, motivos para crer que tal pessoa seria um bom modelo de conduta, pelo contrário, quase sempre, o interesse está em características que nos causam repulsa.
A fofoca está diretamente relacionada com a morbidez da crueldade: ressaltar os aspectos negativos de uma pessoa, ser cruel ao referenciar a outrem, relaciona diretamente a pessoa que pratica tal ato, com o ato em si. Isto me faz lembrar da Lei Universal da Correspondência que nos ensina que tudo como é fora é dentro, e vice-e-versa. Assim, se alguém é cruel fora, também será cruel dentro, ou seja, na primeira vez que falhar, o fofoqueiro será impiedoso consigo mesmo, pois ninguém está escape da ação da Lei. Mas por que somos seduzidos tão facilmente pelas debilidades? A resposta é bastante simples, porque elas nos oferecem o conforto da lei do menor esforço: na debilidade, não há o trabalho para o crescimento humano que exige foco e disciplina.
Infelizmente, vivemos buscando a existência pelo conforto e a vida pela lei do menor esforço. Assim, tudo aquilo que parece trabalhoso, nos parece também desinteressante. É até comum vermos vídeos, nas redes sociais, que enfatizam o exercício de determinados trabalhos, sem se conhecer as técnicas para maximizar os resultados dele. Temos visto, tristemente, crianças desprezarem o conhecimento que é transmitido nos bancos escolares, em detrimento do lucro que pode ser obtido na prática, sem se dar conta de que teoria e prática são fundamentais para o sucesso.
Desprezar o conhecimento acumulado pela humanidade ao longo das eras, e como ele pode nos auxiliar no desempenho de nossas funções, é como querer fabricar um avião, começando do zero. É risível voltar às técnicas empregadas na construção do 14 bis, quando o homem já chegou à lua voando máquinas super modernas e tecnologicamente, bem desenvolvidas. No entanto, quando pensamos na construção do ser humano, tanto do ponto de vista material quanto do espiritual, estamos ignorando o conhecimento acumulado pelo homem ao longo do tempo.
Quando nos esquecemos de nós mesmos, quando nos esquecemos que todas as debilidades do mundo, assim como todas as qualidades dele existem dentro de nós em potencial, e nos voltamos para a materialidade, ignoramos toda a sabedoria já acumalada pelo homem ao longo de sua existência, que pode nos tornar seres humanos de fato, e somos levados, na base da tentativa e do erro, a experimentar todo tipo de coisa que pode simplesmente, nos conduzir a um rotundo fracasso.
Vale ressaltar que tanto na fofoca, quanto em qualquer outra debilidade, é necessário nos conscientizarmos que quando nós vemos esse aspecto nos outros, é porque já o vimos antes em nós mesmos, ou seja, já é um elemento que é conhecido por nós. Como num reflexo especular, de espelho, a debilidade que vemos nos outros conversa com aquela que em nós, insistimos em ignorar. É necessário, portanto, com interesse no nosso crescimento interno, desenvolver focos que nos elevem e com disciplina, empreender o trabalho interno do autoconhecimento.
Este texto foi produzido por Cao Benassi
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