PAPO D'5ª: SOBRE A PREOCUPAÇÃO

REFLEXÃO REALIZADA NA MANHÃ DO DIA 12/3/2025

Quem na vida, nunca teve uma preocupação e já não sofreu por isto? Quintou e é dia de Papo de quinta!

1) Recentemente, falei sobre a preocupação e afirmei que conhecê-la é um caminho para dominá-la. Assim, volto a falar sobre ela. O que é a preocupação e onde especificamente ela é gerada em nós? Por trás da preocupação, existe sempre um objeto, ou seja, aquilo que é o gatilho para a preocupação. 

2) O objeto não é a preocupação. Pre é um prefixo que significa antes, anterioridade, antecedência. Noutras palavras, poderíamos dizer que a preocupação é um sentimento de quem desenvolve uma atividade mental antecipando a ocupação, e está relacionado ao medo. Existem duas definições que nos ajudam a entender melhor o que é a preocupação, são elas: prevenção, opinião antecipada, ou a primeira impressão que uma coisa fez no ânimo de alguém; e ideia fixa e antecipada que perturba o espírito a ponto de produzir sofrimento moral.

3) A preocupação não é boa nem é ruim. Lembremos que tudo depende do nosso julgamento. Podemos compreender a preocupação como algo que pode prevenir determinados eventos, quando antecipamos uma situação e refletimos sobre ela, isso seria uma preocupação consciente. No entanto, quando a preocupação significa uma fixidez do pensamento, isto pode resultar na perturbação do sujeito, o que o levará ao sofrimento. 

4) A preocupação se origina em nosso cérebro, especificamente, numa estrutura chamada amígdala cerebral. Por meio desta estrutura, nosso cérebro reage a situações de perigo e produz substâncias como adrenalina, endorfina, dopamina e cortisol. A preocupação como ideia fixa que traz perturbação e sofrimento, é resultado de uma amígdala cerebral hiperativa, de um circuito de pensamento disfuncional que implica no descontrole dos pensamentos e das emoções. 

5) Como então superar a armadilha da preocupação, num tempo no qual somos bombardeados por tantas informações de tantos tipos ao mesmo tempo? A resposta é bastante simples: devemos superar a fragmentação da nossa personalidade e sua constante insatisfação, que nos condiciona à busca de aprovação externa e nos expõe à vulnerabilidade, além de desenvolver autoconsciência, questionando a natureza da nossa personalidade para perceber que ela não define quem realmente somos. 

Pensa nisso, porque virar o bicho é fácil; ser humano dá trabalho.


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