PESAR N. 14
PESAR, ANO 2, N. 14, FEV. 2025
Estamos no mês de fevereiro do ano de 2025. Nosso tema é foco e interesse e isto implica nossas reflexões durante todo este ano. Neste sentido, no início de cada mês teremos uma nova reflexão sobre o nosso tema.
Sabemos que o foco é o ponto para o qual convergem as forças do interesse, que é algo importante, útil e vantajoso, do ponto de vista material, psíquico e espiritual, ou seja, é um estado de espírito para com o que se acha digno de atenção.
No livro Alicerces da vida, encontramos um aforismo, que mostra a importância de sabermos manter o nosso pensamento focado. Diz o aforismo: “Conservai o foco dos vossos pensamentos, com isso estabelecereis a paz e sereis felizes.”
De acordo com o aforismo, o nosso pensamento precisa estar focado, para que possamos estabelecer a paz e ser feliz. Mas fica a pergunta: onde focar nossos pensamentos? É aqui, portanto, que entra algo importante: a definição de um interesse.
O melhor e maior interesse que podemos desenvolver é um propósito, um objetivo, para nossas vidas. No entanto, isto é algo muito complexo para nós, que não somos ensinados a refletir sobre quem somos e qual a finalidade de nossa vida!
Normalmente, achamos muito difícil pensar sobre questões existenciais e acabamos deixando em segundo plano, algo que daria sentido às nossas vidas. Este algo do qual falamos, é exatamente o propósito da vida.
Se nós olharmos para a natureza, e formos capazes de ler as verdades universais inscritas na natureza, perceberemos que o propósito que justifica a existência humana, está bastante acessível.
Você deve estar se perguntando agora: como assim? Convidamos você para parar um instante e responder às seguintes perguntas: para que a natureza criou minerais, plantas, animais e homens?
E a resposta, apesar de parecer complexa, é bastante simples! A natureza não criou minerais para serem outra coisa senão minerais! Com todas as suas características, minerais, plantas e animais foram criados para serem o que são e assim se realizarem.
Lendo isto na natureza, podemos depreender que a natureza criou seres humanos para serem humanos. Isto implica, a realização da natureza humana como propósito da existência humana. Mas o que é e como realizar tal propósito?
A natureza dos minerais implica em duas qualidades principais: inércia e resistência. Assim, a realização, ou seja, a felicidade deles é, basicamente, permanecer e resistir.
Os vegetais, são expansivos, se realizam produzindo seu próprio alimento e se expandindo pela terra. Eles conservam a característica dos minerais de serem inertes resistentes de alguma forma e ganham os aspectos da alimentação e reprodução.
Os animais conservam dos vegetais a capacidade de alimentar-se e de reproduzir-se. Porém, ganham as capacidades instintivas e emocionais. Assim, eles se realizam, ou seja, são felizes respondendo ao instinto e desenvolvendo emoções.
Por sua vez, os seres humanos guardam todas as características dos reinos mineral, vegetal e animal, e ganham a capacidade mental de raciocinar, ou seja, de fazer uso da razão. Esta é a característica que nos diferencia do restante da criação.
Da capacidade de raciocinar, de ponderar e de julgar, nasce então o que nos realiza. A essência da natureza humana é constituída por três aspectos primordiais, sendo eles os valores, as virtudes e a sabedoria. Viver em plenitude a natureza humana, implica no desenvolvimento destes três aspectos.
Podemos entender os valores como sendo tudo aquilo que conforma com a moral, as virtudes como sendo a disposição para a prática do bem e a sabedoria como a principal característica de quem demonstra sensatez, discernimento.
Assim, ao nos interessar por viver plenamente a essência de nossa natureza, nós estamos reconhecendo o verdadeiro propósito da nossa existência. Logo, não fomos feitos para sermos profissionais ou qualquer outra coisa, mas sim para sermos valorosos, virtuosos e sábios.
Tudo mais que podemos ser na vida, seja um agricultor, um médico ou um professor, e etc., são apenas meios que temos disponíveis para que possamos desenvolver a plenitude da essência da natureza humana.
Infelizmente, não somos ensinados a desenvolver interesse por coisas elevadas. Normalmente, nossos interesses são desenvolvidos a partir dos gostos das massas, dos modismos e das correntes, e não temos sequer a capacidade de criar nossos próprios interesses e de mantê-los focados.
Nem sempre, conseguimos despertar interesse por coisas elevadas, morais ou virtuosas. Neste sentido, o interesse divaga por acontecimentos banais do cotidiano e isto faz com que sequer consigamos ao final da vida, justificar nossa existência.
Este texto foi produzido por Cao Benassi
*DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS AO AUTOR
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