PESAR, ANO 2, N. 13, JAN. 2025
Estamos no mês de janeiro do ano de 2025. Com o início do ano, estamos também iniciando as nossas reflexões filosóficas da série PESAR. Como já sabemos, essa sigla significa Pensamentos, Emoções e Sentimentos, Ações e Resistência. É muito satisfatório ter completado a série de doze reflexões no ano de 2024, sobre o tema resistência.
Como já sabemos, o tema das reflexões é escolhido no início do ano e discutido durante os doze meses. Assim, neste ano, o tema que norteará nossas reflexões será interesse e foco. Por favor não estranhe que o tema das nossas reflexões de 2025, seja composto por dois conceitos, pois eles estão relacionados e um implica o outro.
A palavra interesse vem do latim e é tudo aquilo que é importante, útil ou vantajoso, moral, social ou materialmente. Trata-se de um estado de espírito que se tem para com aquilo que se acha digno de atenção. Já a palavra foco tem origem no termo latino focus, e pode significar convergir atenção para um objetivo ou interesse.
Assim, interesse sendo compreendido como um estado de espírito que se tem para aquilo que é digno de atenção e foco sendo o ponto de convergência de atenção para um objetivo ou para um interesse, os dois conceitos estão relacionados e são igualmente importantes para as nossas realizações.
Para termos sucesso em qualquer empreitada, seja ela relacionada ao nosso corpo físico, o soma no entendimento dos gregos antigos, ou do espírito, o nous como chamavam os antigos gregos, o interesse e o foco são imprescindíveis, pois sem interesse, a atividade não poderá ser considerada digna de atenção, logo, não haverá foco.
Se o nosso interesse não tiver um ponto fixo para o qual convirja a nossa atenção, ou seja, se o nosso interesse não tiver um ponto focal, noutras palavras, um foco bem estabelecido e claro, facilmente nos desviaremos dos nossos propósitos, na primeira argumentação de resistência da nossa mente.
Tudo o que fazemos, se inicia em nosso corpo mental. A título de exemplificação, se nosso objetivo é o de construir uma casa, a primeira coisa a ser feita, é a planta da edificação. A partir daí, é possível mobilizar outras ações.
O desenvolvimento da planta arquitetônica envolve o nosso mental, ainda que indiretamente, pois na maioria dos casos, contratamos um profissional para tal. Esta atividade envolve também o nosso astral, pois a planta será feita com base num determinado gosto estilístico.
A partir da etapa do desenvolvimento da planta arquitetônica, pode-se realizar o planejamento orçamentário, que diz respeito ao nosso mental e ao nosso energético. Para a materialização da construção, a primeira coisa a ser feita, é a base: não é possível construir paredes ou o telhado, se não tem um base para apoiá-los.
Por isto, o planejamento é tão importante para o sucesso de toda e qualquer atividade que nos propomos a realizar. Muitas vezes, nós confundimos desejos fortuitos com necessidade e na intenção de realizá-los, nos esquecemos de construir primeiramente a base na qual toda a nossa ação estará apoiada, uma receita propícia ao fracasso.
Para lembrar o exemplo que já demos aqui, seria como levantar paredes ou estender um teto em cima de areia lavada. Por mais simples que seja a atividade a ser realizada, conhecer a sua natureza e executá-la com propriedade, diminui consideravelmente o risco do fracasso.
Se formos refletir, com lealdade, sobre os fracassos que tivemos ao longo de nossa vida, certamente chegaremos à conclusão de que uma boa parcela deles, aconteceram por nossa falta de planejamento e de disciplina. Por trás de um fracasso amoroso, por exemplo, pode estar a falta de diálogo, de companheirismo ou de conhecimento interpessoal.
Neste sentido, planejar envolve o desenvolvimento de um interesse, porém além do planejamento de cada etapa de uma determinada ação, é necessário saber direcionar o interesse. Noutras palavras, é preciso ter um ponto fixo e um objetivo claro para convergir as forças do interesse.
Para exemplificar, digamos que o interesse é uma conquista amorosa. É necessário direcionar isto para uma pessoa, se não a probabilidade deste interesse se tornar real, é praticamente nula. Se o ponto focal for a beleza física, o relacionamento pode não durar, porque a beleza física é passageira. Se for a capacidade e força de trabalho, pode-se incorrer no mesmo problema citado anteriormente.
Da mesma forma que se o foco for gostos ou sentimentos em comum, sinto muito em lhe dizer: os gostos mudam e os sentimentos podem se acabar. Ainda que foquemos nos desejos ou na intelectualidade, estes também são aspectos instáveis. Neste sentido, o ponto focal para o desenvolvimento de um relacionamento duradouro está nas ideias atemporais.
Você deve estar pensando agora, que tudo isso é muito difícil e quase impossível de se colocar em prática. Pode ser que você tenha até uma certa razão nisto, no entanto, viver a qualquer custo ou deixando a vida nos levar, não é uma boa escolha.
É impossível viver bem, vivendo a qualquer custo, como se estivéssemos isolados na existência ou como se nossas ações não implicassem um retorno. Viver deixando a vida nos levar, é algo imprudente, pois poderemos ficar em lugares indesejados, sem que possamos ter razão para reclamar.
Assim, o melhor que temos a fazer, é assumir o protagonismo, ou seja, as rédeas da nossa vida: pensar, refletir, planejar e conduzir nossos interesses para um bom foco, afinal de contas, a vida só vale a pena ser vivida, se for guiada por um bom propósito. Lembremos do ensinamento de Oziris Silva: “Ninguém consegue subir a escada do sucesso, sem se esforçar muito".
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